Tudo que eu quero é paz.
Eu busco diariamente viver de uma forma mais branda, mais amena, mais
serena. Bege? Não. Serena. Paz e intensidade podem sim ser combinadas. Sou a
prova viva disso.
Procuro não magoar as pessoas e, se magoo, porque sou humana e erro,
trato de pedir desculpas. Se for possível me perdoar, ótimo. Se não, fica
registrado que a magoa que causei ou não foi intencional. Oi foi. E se pedi
desculpas é porque, de fato, estou arrependida.
Carrego meus fantasmas sem acusar ninguém pela existência deles. Sei o
quanto precisei deles pra aprender alguma coisa nessa vida.
Meus traumas são meus e de mais ninguém. Por mais que haja outros
personagens, essa trama pertence a mim e somente a mim. Eu aprendi que me
resolver comigo mesma é muito melhor do que buscar culpados para minhas
incertezas. Elas sempre existiram e sempre existirão. O que me faz crer que
estou no caminho certo é a maneira como lido e aprendo com elas.
Crescer dói. Nossa, como dói. Pode olhar: seus interesses mudaram tanto
quanto suas linhas de expressão. Seu rosto carrega todas as suas cicatrizes. Mas
o brilho dos seus olhos? Ah... esse não pode mudar!
Reserve um minutinho do seu dia e olhe pra dentro. Se olhe. Enxergue-se.
E não se culpe se não entender nada. Somos uma imensidão de coisas inexplicáveis, sentimentos, sensações, sentidos...
Apenas se olhe.
Apenas. Se. Olhe.
Olhe-se. A si. Pra dentro. De dentro pra fora. Destrua, reconstrua. Refaça o que já existe. A base está lá. Você tem tudo nas mãos. Reencontre-se com o inimigo. O interno, claro. Olhe pra ele e diga: você não me afeta mais. Nunca mais vou permitir que você me diga o que devo fazer, mesmo que eu não saiba. Busque ajuda de quem sabe. Não se sinta menor por não saber. Nem sempre precisamos estar no controle para entender. O controle é um dos maiores fantasmas. Olha ele aí de novo. Fantasmas existem. Dentro e fora da cabeça.
Apenas se olhe.
Apenas. Se. Olhe.
(mais uma noite em claro. mais uma noite sem ritalina. ou litium. mais uma noite sendo eu mesma)
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