segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Revistas de embelezamento me cansam...

Hoje à tarde, num momento de descontração e lazer, eu encontrei em casa uma revista e peguei-a para folhear, ver as modas, as pessoas...
Era uma dessas revistas de embelezamento feminino.
O que me assusta no conteúdo dessas revistas é que o tal embelezamento dito nessas revistas deve ser privilégio somente para aquelas mulheres naturalmente lindas, com corpos esculturais. Gente, cada vez que me pego lendo alguma matéria dessas revistas eu me sinto a pessoa mais horrenda do mundo e com a menor força de vontade também. O conteúdo delas geralmente me faz ver que realmente eu não sou público alvo para elas. As reportagens sobre dietas me fazem ter pena das pessoas que as seguem. E me faz refletir se é humanamente possível seguí-las. O infeliz que escreve (ou a infeliz que escreve) deve se divertir muito pensando: “HUA AH AH, VAMOS FAZER TODOS OS GORDOS DO MUNDO MORREREM. DE FOME”.
Tem dietas ali que me fazem rir de desespero:
Coma uma fatia de pão integral com queijo cotage e meio copo de leite desnatado.
Ok, como. Mas o café da manhã vai ser o que mesmo?
Sem contar nas infinitas possibilidades de se fazer uma abdominal. E olha que essas revistas são tão convincentes de que aquelas tais maneiras de se fazer as abdominais são funcionais que a pessoa que tá lendo é capaz de largar a revista e se deitar no chão para começar o exercício naquele minuto.
Nessas revistas têm 1001 maneiras de prender seu homem na cama. Obrigada, não me interessa. 439 verdades sobre os orgasmos. A verdade sobre o orgasmo é uma só: ou você tem, ou não. 35 maneiras de andar de salto. Mais uma que eu passo adiante.
Enquanto eu folheava a revista me peguei com uma reportagem que me deu arrepios.
A reportagem denomina-se: 11 verdades que os homens adoram sobre mulheres. Já parei e analisei se valeria a pena gastar meu tempo lendo o título. Resolvi dar um crédito e tentar acabar com esse meu “pré-conceito”. E também fiquei curiosa quanto as asneiras que poderiam estar escritas.
A primeira verdade era: seu jeito suado quando sai da ginástica. Parei. Jura? Eles reparam nisso?
Agora, a segunda dica me chamou muita atenção. Eis: Quando usa as roupas dele. Logo pensei: ou a mina é sapa e o cara não tá notando, ou o cara tem a mesma tara que eu.
Eu acho um charme mulher andar em casa de blusa social de homem. Daquelas brancas, com os dois primeiros botões superiores abertos, so de calcinha. Acho um tesão mesmo. Puro fetiche.
Então pensei: finalmente algo que me interesse. E fui ler.
Serei obrigada a copiar fielmente o parágrago para que vocês possam entender meu desespero:
“Por que será que a sua visão desfilando com uma das camisas dele – e somente isso – o deixa num estado de felicidade quase selvagem? Talvez seja um sentimento meio animal e possessivo deles de olhar e pensar: Ela é minha! Bem, e daí? Os homens tremem ao pensar que somos sua propriedade. E que mal há nisso, desde que a retribuição sejam orgasmos e diamantes?”

PÁRA TUDO!

Vocês leram essas últimas linhas? As duas últimas!!!
Esquecam as outras, porque se pararmos para analisar a quantidade de idiotice escrita vamos ficar até amanhã de manhã. Já está tarde e eu realmente preciso dormir. Mas jamais conseguiria dormir sem externar a minha indgnação para com estas últimas duas linhas.
Há mulheres que pensam dessa forma? Tipo, vamos fazer os caras acharem que somos deles pra eles nos darem orgasmos e diamantes???
Meu Deus!!! Eu nunca esperei ler isso na minha vida.
Para quem eu amo eu dou presentes para ver a pessoa feliz. Para poder admirar o sorriso, a surpresa. Para demonstrar palpavelmente que em algum momento do dia eu parei e dediquei meu pensamento somente para ela.
E orgasmo? Eu sempre quero prover um orgasmo. Sempre. Na verdade eu acho que eu faço sexo para que a outra pessoa sinta prazer, meu prazer mora aí. Não imagino o que seja transar com alguém sem que isso aconteça. E se não acontecer e a transa for maravilhosa, como geralmente é quando estamos devidamente apaixonados, o orgasmo é consequência.

O que passa na cabeça dessas pessoas que escrevem esse tipo de abobrinha? Estudam 4 anos de jornalismo para escrever esse tipo de asneira? E ainda se sentem no direito de reclamar porque acabaram com a obrigatoriedade deste diploma?
Claro que eu não acho que temos que discutir a existência de ETs o tempo todo, ou temos que analisar a teoria relativista ou as consequências da crise mundial, nada disso.
Mas será que não há nada mais interessante para falar além de resumirem mulheres, que lutam tanto pela independência, à dinheiro e sexo?

E olha que o nome da matéria é “ATITUDE”.Que me perdoem os que gostam desse tipo de revista, mas eu prefiro continuar sem atitude. E com um preconceito agora ainda mais acentuado. E fundado também.
Um ciclo se fecha. Um comportamento muda tudo na nossa vida.
Eu tenho a tendência a me tornar amiga das pessoas que eu me apaixono. Mas do que seria baseado um futuro relacionamento se não de amizade?
Na minha concepção de vida, eu enxergo um namoro, um casamento, um envolvimento afetivo sexual, se assim pode-se dizer, como uma amizade com desejo. É simples assim. Essa pessoa tem que ser sua melhor amiga, para todas as horas, porque é ela que será seu porto seguro. É com ela que você vai dividir o que o mundo não entende, é no colo dela que você vai chorar suas frustrações e sorrir as suas glórias. E por ela você sente uma vontade de tocar mais intensa do que aquela que você sente com um amigo.
E por que tem que ser diferente disso?
Eu não sou dada a jogos de amor. Sou dada a conquistas. Há quem diga que quanto mais complicado para mim, melhor. Não concordo. Eu tento descomplicar ao máximo, me aproximar do que mais me desperta para as semelhanças, do que eu mais enxergo afinidades e sinceridade. Mas estou descobrindo que o que as pessoas gostam e de imagens, de ilusões e de inverdades.
Por que precisamos criar imagens e expectativas quando podemos lidar com o que está diretamente nos fazendo um bem intenso?
Estou colocando hoje para fora nada mais do que pensamentos soltos, desabafos repentinos. To explodindo por dentro. E nesse fim de semana explodi com as pessoas que menos têm a ver com isso. Na verdade, ninguém tem nada a ver com isso. Eu deveria olhar no espelho e explodir com o que eu enxergasse nele.
Eu não quero e não vou mudar esse meu pensamento. Ouvi também que vou ficar sozinha por causa dessa síndrome de Gabriela (eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim, Gabrieeeela). Mas definitivamente não acho que eu tenha que jogar para conquistar àquela que digo estar apaixonada. E se alguém por favor, conseguir me convencer do contrário, me avise.
Texto pequeno. To simplesmente cansada do singular. Eu quero meu plural pra voltar a me alegrar...

sábado, 5 de setembro de 2009

Feriado serve pra que mesmo?

Pra free-lancer essa coisa chamada "feriado" não existe. Aquilo de ter um dia certo para descansar, sair, visitar amigos, viajar... Pura balela! São 2:48 da madrugada e eu acabei de acordar pra trabalhar. Sim, meus horários são completamente diferentes de qualquer pessoa normal. Eu estava com sono às 22:15 e nem consegui assistir ao jogo do Brasil. Mas só em saber que ganhamos da Argentina eu já ganhei a noite. Brasil x Argentina, até para quem não acompanha futebol assiduamente, é final de copa do mundo. Aliás, ultimamente eu não tenho assistido nada assiduamente, a não ser os epísódios dos seriados que estou trabalhando.
Ai, a Colombina, minha cadela, achou de querer ir ao banheiro neste momento. Mas infelizmente o banheiro dela me faz descer e subir 2 lances de escada, sem contar na caminhada incessante para que ela ache o local com o cheiro ideal para que ela faça suas necessidades fisiológicas. Vou cobrir a cozinha de jornal.

Esse fim de semana foi um tanto quanto produtivo. Trabalhei muito, e ainda vou tabalhar mais.
Me alimentei super mal como de costume. Ontem eu agredi meu corpo as 6 da matina, depois de ter passado exatas 10 horas em frente ao computador, trabalhando. Comi um super podrão que eu mesma fiz a base de pão francês, hamburguer, queijo prato, ovo e bacon. E cada vez que eu como algo do tipo eu sinto meu corpo, cada célula me falando o quanto vou me arrepender disso no futuro. Mas eu trato de ignorá-las e sigo em frente com minha orgia gastronômica.
Aliás, pão francês me lembra de quando fui morar em Santos, SP, e do terror que eu vivia para conseguir me comunicar com os habitantes daquela cidade.
Um dia comum, acho que era uma quarta-feira, meu pai me pediu que fosse à padaria para ele, comprar o pãozinho nosso de cada tarde. Claro que eu fui. Morava na cidade há menos de uma semana e estava começando a ficar entediada demais de ficar dentro de casa, porque simplesmente não conhecia uma alma sequer para tentar aplacar aquela solidão opcional. Então, segui para a padaria, que era mais ou menos há 300 metros da minha casa.
Quando cheguei ao local desejado, entrei na fila para pedir os pães, olhando para tudo ao meu redor, absorvendo cada fisionomia para tentar me sentir menos sozinha. E quando chegou a minha vez a novela começou:
- Boa tarde, me vê 10 franceses.
- O que?
- 10 franceses.
Achei que tinha articulado mal a palavra e repeti com calma.
- senhora, o que são 10 franceses.
Sofri alguns segundos de pânico. Meu Deus, como se compra pão nessa cidade???
- Aquele pão ali moça, aquele ali, que tá dentro daquele cesto – apontanto com uma certa irritação para o imenso cesto de pães que estava atrás dela. O único cesto de pães assados naquele momento, diga-se de passagam. Eu sou do Rio de Janeiro e não sei como pede pão ainda nessa cidade.
- Ahhhh!!! – acho que ela entendeu - a senhora quer esse aqui? – aponto para o ÚNICO cesto de pão presente no recinto – esse pão aqui se chama média.
- Média? Gente, se eu peço 10 médias no Rio o sujeito do bar vai rir da minha cara...

Peguei os os pães e saí da padaria, rindo de mim mesma.
Outra que passei foi quando as aulas começaram. Eu estava no primeiro ano do segundo grau, 16 anos, e era o patinho mais lindo da escola. Todo mundo conhecia “a carioca”. Eu era a diferente. As pessoas me perguntavam como o Rio de Janeiro era, como as praias eram, como as pessoas eram. Fui escolhida representante de turma, era mega popular. Particularmente eu amava, né? Quem me conhece sabe o quão leonina eu sou. Mas tinha uma professora de artes que realmente não gostava da minha popularidade, e tinha como meta de vida tentar acabar com a minha alegria. E frequentemente conseguia.
Certo dia esta “queridíssima” professora entra na sala e começa:
- Gente, anotem por favor o material que vocês precisam comprar. Nanquim, pincel... alguém já usou nanquim aqui?
Pra que eu ainda levantava a mão na aula dela?
- Eu, fessora.
- Pra que você usou nanquim?
- Eu desenhava de nanquim imagens na porta do meu armário, fessora, fica lindo!!
Tentando agradar a maldita velha.
- Pixação? É, você tem bem cara de quem faz isso mesmo.
Um fora em um aluno dessa idade causam ruídos na sala que te fazem querer abrir um buraco no chão e ir dormir na China.
- Continuando, nanquim, pincel e uma resma de sulfite.
Sulfite? Ai meu Deus, que merda é essa?
- Alguém tem dúvidas??
E lá estava minha mão no alto.
- Professora, o que é sulfite?
- Como assim, menina? Você não sabe o que é sulfite?
- É que no rio, fessora, deve ter outro nome.
- É, os cariocas são realmente desprovidos de inteligência.
Vocês conseguem imaginar o quanto eu ouvi durante os 3 anos de segundo grau por causa dessa desgraçada?
Tratei de tornar a vida dela um inferno durante esse tempo. Ah, sim... ela se arrependeu de ter se tornado professora.
E agora eu estudo pra isso....
Acho que mesmo sem feriado, vou me manter free-lancer...
E depois desse texto sem sentido, vou voltar ao trabalho. Não acordei a toa né?

Bom feriado para todos!!!

Mrs Lonely.

O fim de semana chega e traz junto com ele a solidão. Acho que sou a única pessoa do mundo que pede encarecidamente para que o fim de semana acabe. As certezas que o fim de semana me traz não são das melhores. Acho que durante a semana sou capaz de me enganar melhor, de acreditar em contos de fada mais veementemente, sou capaz de ser feliz com apenas uma ideia. Mas o fim de semana.... ah! Este é meu cruel inimigo. É ele que vem me mostrar que não estou vivendo realmente o que eu sonho, que estou apenas iludindo minha mente, ludibriando minhas verdades e enganando meu nobre vagabundo.
Me sinto bem. Não estou triste, estou apenas solitária. Meu telefone toca com menos frequencia, meu coração bate com menos força. As palavras que adoro ouvir não são proferidas, acordar é menos macio e mais real.
Na sexta a noite fui surpreendida com um telefonema no meio da madrugada – ok, confesso, já é sábado – dizendo as doces palavras que adoro ouvir. Uma música trouxe a alguém memórias sobre mim. Que delícia saber que isso acontece. Mas logo em seguida sou surpreendida novamente pela solidão. E ela está sempre sentada ao meu lado.

Não me entristece essa solidão. Na verdade está servindo de um ótimo abrigo. Estou me ferindo menos com expectativas, porque simplesmente as afasto de mim. Os sonhos não, mas as expectativas, as quero longe.
Conscientemente me contento com a chegada da segunda-feira. Ela trará novamente as certezas que os dias úteis me proporcionam. Falsas ou verdadeiras, os dias úteis me acalentam, suprem minhas carências, me fazem sentir-me aconchegada e querida. Chego a sentir-me até imprescindível.

Nada me parece mais real do que antes. Não adianta o que aconteca durante a semana, o fim de semana sempre é solitário. Por mais que a semana seja muito proveitosa para mim, o fim de semana chega para me mostrar meu verdadeiro lugar, meu verdadeiro papel. Temo que essa verdade se torne indestrutível. Apesar de sentí-la frequentemente, eu detesto essa solidão que me assola.

And this is how you remind me of what I really am.

E graças a Deus o Nickelback existe. E o Jason Mraz também.

A SAGA DA FAXINA

Sete horas da manhã. Acordei, olhei para a casa e pensei: Hoje é um belo dia para se fazer uma faxina. Foi uma vontade totalmente espontânea...