sábado, 5 de setembro de 2009

Feriado serve pra que mesmo?

Pra free-lancer essa coisa chamada "feriado" não existe. Aquilo de ter um dia certo para descansar, sair, visitar amigos, viajar... Pura balela! São 2:48 da madrugada e eu acabei de acordar pra trabalhar. Sim, meus horários são completamente diferentes de qualquer pessoa normal. Eu estava com sono às 22:15 e nem consegui assistir ao jogo do Brasil. Mas só em saber que ganhamos da Argentina eu já ganhei a noite. Brasil x Argentina, até para quem não acompanha futebol assiduamente, é final de copa do mundo. Aliás, ultimamente eu não tenho assistido nada assiduamente, a não ser os epísódios dos seriados que estou trabalhando.
Ai, a Colombina, minha cadela, achou de querer ir ao banheiro neste momento. Mas infelizmente o banheiro dela me faz descer e subir 2 lances de escada, sem contar na caminhada incessante para que ela ache o local com o cheiro ideal para que ela faça suas necessidades fisiológicas. Vou cobrir a cozinha de jornal.

Esse fim de semana foi um tanto quanto produtivo. Trabalhei muito, e ainda vou tabalhar mais.
Me alimentei super mal como de costume. Ontem eu agredi meu corpo as 6 da matina, depois de ter passado exatas 10 horas em frente ao computador, trabalhando. Comi um super podrão que eu mesma fiz a base de pão francês, hamburguer, queijo prato, ovo e bacon. E cada vez que eu como algo do tipo eu sinto meu corpo, cada célula me falando o quanto vou me arrepender disso no futuro. Mas eu trato de ignorá-las e sigo em frente com minha orgia gastronômica.
Aliás, pão francês me lembra de quando fui morar em Santos, SP, e do terror que eu vivia para conseguir me comunicar com os habitantes daquela cidade.
Um dia comum, acho que era uma quarta-feira, meu pai me pediu que fosse à padaria para ele, comprar o pãozinho nosso de cada tarde. Claro que eu fui. Morava na cidade há menos de uma semana e estava começando a ficar entediada demais de ficar dentro de casa, porque simplesmente não conhecia uma alma sequer para tentar aplacar aquela solidão opcional. Então, segui para a padaria, que era mais ou menos há 300 metros da minha casa.
Quando cheguei ao local desejado, entrei na fila para pedir os pães, olhando para tudo ao meu redor, absorvendo cada fisionomia para tentar me sentir menos sozinha. E quando chegou a minha vez a novela começou:
- Boa tarde, me vê 10 franceses.
- O que?
- 10 franceses.
Achei que tinha articulado mal a palavra e repeti com calma.
- senhora, o que são 10 franceses.
Sofri alguns segundos de pânico. Meu Deus, como se compra pão nessa cidade???
- Aquele pão ali moça, aquele ali, que tá dentro daquele cesto – apontanto com uma certa irritação para o imenso cesto de pães que estava atrás dela. O único cesto de pães assados naquele momento, diga-se de passagam. Eu sou do Rio de Janeiro e não sei como pede pão ainda nessa cidade.
- Ahhhh!!! – acho que ela entendeu - a senhora quer esse aqui? – aponto para o ÚNICO cesto de pão presente no recinto – esse pão aqui se chama média.
- Média? Gente, se eu peço 10 médias no Rio o sujeito do bar vai rir da minha cara...

Peguei os os pães e saí da padaria, rindo de mim mesma.
Outra que passei foi quando as aulas começaram. Eu estava no primeiro ano do segundo grau, 16 anos, e era o patinho mais lindo da escola. Todo mundo conhecia “a carioca”. Eu era a diferente. As pessoas me perguntavam como o Rio de Janeiro era, como as praias eram, como as pessoas eram. Fui escolhida representante de turma, era mega popular. Particularmente eu amava, né? Quem me conhece sabe o quão leonina eu sou. Mas tinha uma professora de artes que realmente não gostava da minha popularidade, e tinha como meta de vida tentar acabar com a minha alegria. E frequentemente conseguia.
Certo dia esta “queridíssima” professora entra na sala e começa:
- Gente, anotem por favor o material que vocês precisam comprar. Nanquim, pincel... alguém já usou nanquim aqui?
Pra que eu ainda levantava a mão na aula dela?
- Eu, fessora.
- Pra que você usou nanquim?
- Eu desenhava de nanquim imagens na porta do meu armário, fessora, fica lindo!!
Tentando agradar a maldita velha.
- Pixação? É, você tem bem cara de quem faz isso mesmo.
Um fora em um aluno dessa idade causam ruídos na sala que te fazem querer abrir um buraco no chão e ir dormir na China.
- Continuando, nanquim, pincel e uma resma de sulfite.
Sulfite? Ai meu Deus, que merda é essa?
- Alguém tem dúvidas??
E lá estava minha mão no alto.
- Professora, o que é sulfite?
- Como assim, menina? Você não sabe o que é sulfite?
- É que no rio, fessora, deve ter outro nome.
- É, os cariocas são realmente desprovidos de inteligência.
Vocês conseguem imaginar o quanto eu ouvi durante os 3 anos de segundo grau por causa dessa desgraçada?
Tratei de tornar a vida dela um inferno durante esse tempo. Ah, sim... ela se arrependeu de ter se tornado professora.
E agora eu estudo pra isso....
Acho que mesmo sem feriado, vou me manter free-lancer...
E depois desse texto sem sentido, vou voltar ao trabalho. Não acordei a toa né?

Bom feriado para todos!!!

Um comentário:

disse...

QUE BOM QUE GOSTOU DE VER SEU TEXTO NO MEU BLOG, FIQUEI COM MEDO DE VC NÃO GOSTAR.
OBRIGADO, ALÉM DE VC ESCREVER MUITO BEM, ÉS MUITO GENTIL.

UM BJ

A SAGA DA FAXINA

Sete horas da manhã. Acordei, olhei para a casa e pensei: Hoje é um belo dia para se fazer uma faxina. Foi uma vontade totalmente espontânea...