segunda-feira, 18 de novembro de 2019


Queria aprender a falar de você muito menos superficialmente do que sei. E olha que tudo que eu sei já me é suficiente para que eu não sinta nada além do seu sorriso. Sabe, quando você fica tímida e seu sorriso e seu olhar ficam meio sem direção. E você logo trata de fazer uma piada para se soltar daquela situação desconfortável. Também tem os momentos que você foge daquilo que possivelmente te fará perder o controle. Então você não responde mensagens, não liga, não procura, por mais que você queira passar algumas boas horas se entregando para aquilo que, para você, não faz o menor sentido. O novo te assusta porque você aprendeu a viver de forma confortável, envolvida por uma segurança bege, evitando, assim, qualquer coisa que possa te fazer sentir mais do que você gostaria. Sua intensidade é disfarçada de uma sobriedade discrepante. Você é terra e fogo. Você é perfeita, do jeito que é. Insegura, desconfiada e um porto. Uma tromba d’água disfarçada de rio. Uma correnteza forte, daquelas que levam até os mais seguros a se sentirem como adolescentes descobrindo a vida. Seus olhos escondem sofrimentos que só os que querem te conhecer enxergam verdadeiramente. Sua beleza óbvia é inegável. Simetria define seu rosto. Entretanto, há muito mais. Sua simetria transcende os traços físicos. A forma como você se importa é o que faz toda a diferença. Não é só sobre beleza, é sobre a maneira como você sobe a tela do celular com a lateral do dedo. É sobre a maneira que você se senta pra dirigir. É sobre o anel no indicador, a unha que combina com a mão, a mão que com a minha. É sobre a voz encantadora. É sobre o teu estar. Permanecer. É sobre tudo que eu vejo, como eu vejo. É muito mais sobre meu prisma do que o teu ser.
Era pra ser. 


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