segunda-feira, 18 de novembro de 2019


Eu já tive tantos medos nessa vida. Medos assim mesmo, no plural. Medo mesmo. Medo de envelhecer sozinha, medo de escuro, medo de tomar banho sozinha em casa, medo de acordar de madrugada e estar passando um filme de terror na televisão, medo de magoar as pessoas, medo de causar sofrimento de qualquer maneira em outro ser humano. Há anos venho tentando combater esses medos, todos eles, um por um, de acordo com a sua complexidade.
Pra não acordar no meio da madrugada e me deparar com um filme de terror, durmo sempre vendo a mesma coisa, ou coloco a TV no timer ou simplesmente a desligo antes de pegar no sono. Pra não ter medo de tomar banho quando estou sozinha em casa, coloco Grey’s Anatomy no celular, dentro do box. Há medos que consegui resolver. Outros, ainda luto.
Invariavelmente vamos magoar alguém. Infelizmente, com o pesar da palavra. Por mais que não queiramos, por mais que tentemos não fazê-lo. As expectativas que o outro cria sobre nós independe da nossa vontade. E quando não atingimos a plenitude dessas expectativas, pronto!
Não podemos e não devemos nos sentir culpados por isso. (venho tentando ferrenhamente).
Da mesma maneira acontece com os nossos sentimentos. Quando nos pegamos envolvidos em um sentimento que vive apenas na nossa imaginação, a culpa não é do coleguinha. Aprender a se deliciar com esse sentimento depende do grau de maturidade que atingimos.
Ouvir uma música, lembrar de um sorriso e não sofrer com isso, porque a distância entre esse sorriso e a sua vida é enorme depende apenas da seu entendimento sobre as expectativas que você cria. Não cria-las é utopia. Criá-las e saber viver com elas é a meta.
Meus medos são meus e vivo bem com eles. Assim como  também vivo imensamente feliz com as expectativas que crio. Apenas fique.

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