domingo, 3 de janeiro de 2021

 

Acordei e não consigo mais dormir. Deitei cedo, comecei hoje a ler um livro muito interessante indicado por uma pessoa muito interessante. Leitura sempre me faz dormir, então, ao terminar de ler o tanto que eu tinha determinado para esta noite, dormi. Acho que ainda nem era meia noite, o que tem se tornado uma novidade na minha vida desde os últimos acontecimentos profissionais. Acordei assustada com dois pesadelos interligados e totalmente diferentes. Em um deles eu estava vendo um arrastão acontecendo no condomínio que fui criada. Eu estava vendo pela janela os bandidos armados de fuzis assaltando pessoas que conheço, roubando seus pertences a matando desnecessariamente. Em algum momento do pesadelo eu estava em um taxi fugindo deste mesmo assalto/arrastão/chacina. Quando tudo se acalmou, voltei para o apartamento onde minha mãe mora – apartamento este que passei a maior parte da minha vida – e ela estava aflita porque ela havia deixado meus cachorros com uma grande amiga minha. Cachorros estes que foram embora da minha vida no ano passado devido a diversos problemas. No entanto, não pretendo revisitar este passado neste post.

Eu falava pra minha mãe – que tinha se safado do assalto/arrastão/chacina – que eu falaria com a minha amiga. De repente, como acontece nos sonhos, eu estava em um lugar que parecia um santuário de animais selvagens e estes cachorros estavam lá. Somente eles. E dois deles que brigavam muito e que foram o motivo de eu ter que, infelizmente, tirá-los da minha vida, estavam juntos, unidos e brincando. Eu falava com a minha amiga que aquilo seria potencialmente perigoso, tendo em vista que a relação deles sempre foi muito explosiva e as brigas muito feias. Separamos. Um dentro de uma grande jaula – grande mesmo – e o outro solto. Subitamente percebo que um deles estava tentando pular a jaula, que tinha uma grade verdadeiramente alta. Quando ele conseguiu, percebi que não era o cachorro – que tinha uma coloração amarelada. Era um leão. E este leão atacou prontamente o cachorrinho (que costumava ser bem manso quando não estava na presença deste com tom amarelado). Eu nada pude fazer. Virei de costas para não vê-lo sendo devorado, sentindo todos os músculos do meu corpo se tremerem como um papel em frente ao ventilador.

Acordei. Apavorada, tremendo e suando muito.

Sonhos representam bastante como estamos nos sentindo. E me sinto trêmula. Trêmula de medo de tudo que está por vir na minha vida justamente por estar, nesse momento, experimentando sensações bem novas.

Levantei, tomei um banho quente estilo escalda couro, comi uma tapioca com queijo coalho, requeijão zero e alho poró – amo, inclusive – e um copo de coca zero bem gelado. Já perdi 23 quilos dos 40 que ganhei, não posso vacilar. Estava com fome e não queria pegar meu carro e ir ao McDonald’s, como minha outra eu, 23 quilos mais gorda faria.

Voltei pra cama. Rolei, rolei e nada. Não consigo voltar a dormir porque estou com a sensação ruim que um pesadelo causa. To impressionada e com medo ainda. Por isso decidi escrever.

Eu sei que tudo na vida passa. Claro que passa. A dor diminui, os apegos mudam de direção, as verdades de hoje não são as mesmas de amanhã. Ou talvez sejam. Mas o fato é que sentir é o que me causa mais medo no momento. Sabe aquele almejo infantil de apertar um botão e eliminar tudo que você está sentindo?

Assim como meu processo de emagrecimento tem sido lento, calculado e constante, entrei em um modo de emagrecimento emocional. A auto sabotagem de antes hoje não me tomou. Só por hoje.

Por mais que a ferida esteja coçando, não vou retirar essa casquinha.

Vai cicatrizar.

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