Pensei em quantas vezes o segundo casal não jurou amor eterno e em quantas vezes o primeiro casal ainda há de discutir daquela forma. Não estou agourando o namoro de ninguém. Estou apenas constatando fatos, porque fatalmente, inevitavelmente e invariavelmente isso acontecerá. É raro encontrarmos um amor que prolongue-se sem que injustiças sejam feitas, sem que brigas sejam criadas, sem que mágoas se tornem rachaduras.
Os amores passam. Eles vêm e se mostram arrebatadoramente eternos e logo em seguida, como num piscar de olhos, acabam sem deixar dúvidas de que voltará nem vestígios de sua existência. Por mais que hesitemos em acreditar que isso possa acontecer conosco. Acotence!
Em muitos momentos pensamos sentir mais do que realmente sentimos. Nos enganamos. Inconscientemente, talvez. Ou conscientemente. Na verdade isso não importa muito tendo em vista de que, de uma forma ou de outra, acabaremos como o segundo casal, discutindo e colocando um fim concreto em algo que antes fazia mais sentido do que o azul do céu.
Não há o que possamos fazer. Por isso, acredito tão veementemente que devemos buscar o que mais se assemelha conosco. Incompatibilidade de gênios é o segundo passo do ditado “os opostos se atraem”.
Não gente, não estou dando uma visão pessimista aos relacionamentos. Vivi alguns maravilhosos, inesquecíveis. Estou tentando entender, como tento sempre, o que acontece na cabeça de alguém que divide sua intimidade com você durante certo tempo e depois te trata como um estranho, sem a menor necessidade.
O segundo casal se amava. Mesmo. Se não, não estariam chorando da maneira que eles estavam. Não estou defendendo o rapaz. E Deus me livre tentar julgar as atitudes da moça. Estou falando que em alguns casos devemos buscar a verdade no olhar das pessoas para tentarmos desvendar os mistérios que circundam as situações inevitavelmente ruins que são criadas. Mas devemos tentar se valer de fato a pena, e não somente para satisfazer um ego idiota, ou um sentimento infundado.
Eu estou feliz. A primeira cena marcou tanto quanto a segunda. A paixão vem, assola, arrebata, aquece. E a dor que ela causa quando um fim estanho acontece não é maior que o prazer que ela proporcionou. De forma alguma.
Que venha outra paixão. Para mim e para todos que lerem esta pequena reflexão.