quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Duas cenas

Hoje, no ônibus, voltando pra casa, eu vi duas cenas, separadas, que me fizeram parar um pouco meus pensamentos distantes naquele momento. Claro que essas cenas me paralisaram por conta da falta de bateria no meu Nextel e do meu aparelhinho eletrônico que toca músicas. Tadinho, que o deus dos aparelhinhos eletrônicos o tenha em um bom lugar.
Eu parei e analisei separadamente. A primeira cena era de um casal se beijando, em praça pública. Um beijo romântico, daqueles que se dobra o pescoço pro lado, suspira e pensa “que lindo”. O beijo não era sem pudor, era apaixonado.
A outra cena, uns 500 metros adiante era de outro casal, discutindo, ambos chorando. Ele se desculpando por algo que aparentemente não tinha feito e ela, irredutível, dizendo que ele tinha sim magoado ela com aquela atitude. Pude ouvir nitidamente o casal porque foi exatamente na hora que o motorista do ônibus parou no sinal. E também porque estiquei ao máximo meu ouvido para ouvir mais claramente aquela cena.
Pensei em quantas vezes o segundo casal não jurou amor eterno e em quantas vezes o primeiro casal ainda há de discutir daquela forma. Não estou agourando o namoro de ninguém. Estou apenas constatando fatos, porque fatalmente, inevitavelmente e invariavelmente isso acontecerá. É raro encontrarmos um amor que prolongue-se sem que injustiças sejam feitas, sem que brigas sejam criadas, sem que mágoas se tornem rachaduras.
Os amores passam. Eles vêm e se mostram arrebatadoramente eternos e logo em seguida, como num piscar de olhos, acabam sem deixar dúvidas de que voltará nem vestígios de sua existência. Por mais que hesitemos em acreditar que isso possa acontecer conosco. Acotence!
Em muitos momentos pensamos sentir mais do que realmente sentimos. Nos enganamos. Inconscientemente, talvez. Ou conscientemente. Na verdade isso não importa muito tendo em vista de que, de uma forma ou de outra, acabaremos como o segundo casal, discutindo e colocando um fim concreto em algo que antes fazia mais sentido do que o azul do céu.
Não há o que possamos fazer. Por isso, acredito tão veementemente que devemos buscar o que mais se assemelha conosco. Incompatibilidade de gênios é o segundo passo do ditado “os opostos se atraem”.
Não gente, não estou dando uma visão pessimista aos relacionamentos. Vivi alguns maravilhosos, inesquecíveis. Estou tentando entender, como tento sempre, o que acontece na cabeça de alguém que divide sua intimidade com você durante certo tempo e depois te trata como um estranho, sem a menor necessidade.
O segundo casal se amava. Mesmo. Se não, não estariam chorando da maneira que eles estavam. Não estou defendendo o rapaz. E Deus me livre tentar julgar as atitudes da moça. Estou falando que em alguns casos devemos buscar a verdade no olhar das pessoas para tentarmos desvendar os mistérios que circundam as situações inevitavelmente ruins que são criadas. Mas devemos tentar se valer de fato a pena, e não somente para satisfazer um ego idiota, ou um sentimento infundado.

Eu estou feliz. A primeira cena marcou tanto quanto a segunda. A paixão vem, assola, arrebata, aquece. E a dor que ela causa quando um fim estanho acontece não é maior que o prazer que ela proporcionou. De forma alguma.

Que venha outra paixão. Para mim e para todos que lerem esta pequena reflexão.

2 comentários:

.Isabella. disse...

Já passei por uma experiência parecida.

É surreal.

Renata disse...

Poxa, de uns tempos para cá eu tenho pensado muito nisso. Aliás, tenho pensando muito nas coisas que passei nos últimos anos, nos relacionamentos que tive ... nas juras de amor que já me fizeram ... e depois de tudo ... as cenas foram um pouco parecidas! E sabe quando você já chega a um ponto da sua vida que você não quer mais passar pelas mesmas experiências?! Pois é, eu não queria que acontecesse de novo determinadas coisas. Se for para terminar, um dia, que seja de "qualquer jeito", com um tchau, seja feliz, sem brigas ... sem um "vai-te a merda", sem telefones desligados na cara, sem choro ... que seja rápido e rasteiro. Não entendo como uma pessoa que diz que te ama, no dia seguinte te xinga ... enfim, olha eu aqui falando besteira. Bjão e bom fds.

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