domingo, 8 de setembro de 2024
A GRANDE ENGENHEIRA DAS OBRAS INACABADAS
sexta-feira, 16 de agosto de 2024
ATOTÔ
Fé,
pra mim, sempre foi um tema bem complicado. Complicado no sentido de acreditar
mesmo. Fui criada em escola católica, década de 80, aprendendo que Deus punia
aqueles que não faziam exatamente o que Ele queria. Me apresentaram um Deus quase
odioso, meio raivoso, que, segundo eles, pregava que tínhamos o tal do "livre
arbítrio", mas que de livre não tinha nada porque, se o caminho que você
escolhesse fosse desaprovado por Deus, você iria sofrer na eternidade do fogo
do Inferno.
Diziam também que esse mesmo Deus era amor e que tudo acontecia por vontade dele. E isso me assustava ainda mais. Como poderia Deus, onipotente, onipresente, onisciente, ver um filho sofrendo as mazelas da vida e permitir que isso acontecesse, se, também segundo os detentores da sabedoria divina, depois que morrêssemos, ficaríamos ao lado dele para todo sempre apenas se fôssemos merecedores? Merecedores? Como? Como se conquistava esse merecimento? Não era claro. Eu não entendia.
Mas eu cresci. Assim como minha consciência de mundo. E entendi que o Deus a quem se referiam não passava de um reflexo das crenças interiores de cada uma dessas pessoas. Entendi que o Deus cristão era diferente do que diziam que era. E também entendi que eu não cabia dentro da fé cristã, talvez de forma inconsciente porque nunca, de fato, parei para refletir a respeito de religiões e fé.
E foi lá pelos meus vinte e bem poucos anos conheci o espiritismo e suas variantes.
E, pra mim, tudo começou a fazer sentido. O quebra-cabeça das dúvidas começou a se encaixar.
Hoje, eu profiro minha fé das mais variadas maneiras. Eu rezo, canto, entoo mantras, jogo pro universo, emano raios, visualizo...
Mas é ELE, meu pai, quem me arrepia a alma. É ele que faz meu corpo estremecer, minhas pernas desobedecerem e me faz, inconscientemente, dançar.
É
meu pai, meu protetor, meu grande amigo, meu alento nas horas de desespero e
meu companheiro nas horas felizes.
Eu entendi minha fé e, hoje, estou em paz com ela. Hoje sei que minha fé vai muito além do clichê "fé é acreditar no que não se vê". Entendi que fé também requer maturidade. Entendi que fé é particular, encantada, serena e perene.
Hoje é dia de Atotô. Atotô quer dizer silêncio. Hoje é dia de silenciar a alma pra ouvir o coração. Porque foi lá que Jagun fez sua morada e é de lá que Jagun me mostra o caminho certo. Atotô quer dizer silêncio. Porque, quando você se cala, fica mais fácil de ouvir.
Atotô
ajuberô.
Awure.
quinta-feira, 16 de junho de 2022
A SAGA DA FAXINA
Sete
horas da manhã. Acordei, olhei para a casa e pensei: Hoje é um belo dia para se
fazer uma faxina. Foi uma vontade totalmente espontânea. Acreditem.
Comecei
a faxina pelo meu quarto. Óbvio. Uma boa faxina deve começar pelo lugar onde você
recarrega suas energias. Passei aspirador, troquei a roupa de cama e fui organizar
o armário. Umas roupinhas fora do lugar. Nada demais. Dobrei as duas primeiras
blusas e me deparei com uma blusa que eu tenho absoluta certeza que foi
estrategicamente posicionada pelo demônio responsável pela desorientação das
pessoas com TDAH. Olhei e pensei: será que ainda cabe?
Vesti
e pensei: Vou olhar no espelho (que fica localizado no banheiro). Ao passar
pela copa para entrar no banheiro, vi o cesto de roupa suja. Já separei umas
roupinhas para lavar e me dirigi até a lavanderia a fim de colocá-las para
bater. Claro, melhor colocar agora porque a máquina demora pra finalizar o ciclo.
Voltei para me olhar no espelho e passei
pela porta do quintal. O cachorro pulou e fui fazer um carinho. Percebi que o
quintal estava sujo e que a água deles estava no ponto de trocar. Prontamente puxei a mangueira e fui lavar o
quintal. E, ainda com a blusa (a que eu ia olhar no espelho se ainda cabia),
pensei: melhor tirar a blusa porque está limpa e vai sujar. Tirei.
Lavei
o quintal, catei as fezes caninas e percebi que a lâmpada do quintal estava
queimada. Deixei a mangueira aberta e fui na copa para pegar uma lâmpada nova.
Eu lembrei que a lâmpada estava queimada e comprei quando fui ao mercado. Uns
três meses atrás. Tocou o celular. Era mamãe querendo saber do meu dia. Atendi
e sentei no sofá da sala para falar com mamãe. Enquanto falava com mamãe,
taquei um fone de ouvido e fui lavar a louça (para otimizar o tempo, afinal, é
dia de faxina). A tampa de uma das panelas estava extremamente engordurada e
cheia daquelas coisinhas pretas que ficam nos cantinhos mais perversos.
Coloquei de molho do Cloro Vim que uso para desengordurar as coisas e fui
procurar um bombril. Não tinha. Bora na mercearia da esquina. Passei no quarto
e peguei outra blusa (a que eu tirei para colocar a que eu ia experimentar estava
no chão, a que eu experimentei estava pendurada na porta do quintal) e saí.
Comprei o bombril, uma coca zero,
alface, grão de bico (que não sei nem fazer), pão de forma integral, requeijão
e rúcula. Voltei. E tudo isso com mamãe no telefone. Tirei a blusa e deixei em
cima da mesa da sala. Fiz um sanduíche de rúcula com requeijão e sentei no sofá
para comer. Depois fui terminar de desengordurar o raio da tampa da panela.
Falando com mamãe surgiu o assunto "água" e CACETE! DEIXEI A MANGEIRA
ABERTA. Fui no quintal para fechar a mangueira e terminei de arrumar as coisas.
Botei água para os dogs e voltei para dentro de casa. A máquina tinha acabado
de bater a roupa. Tirei toda a roupa de dentro da máquina e coloquei no varal
de pé. Tocou o telefone. Mensagem do trabalho. Sentei no escritório para
resolver o que me pediram às 11hs da manhã.
01:25 da madrugada: Ainda estou
aqui, no escritório, trabalhando.
E a casa?
Ah, amanhã eu termino.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2021
COISAS QUE ESCREVI PARA ELA
Não sei quanto
tempo
Há na distância e no
silêncio
Mas meu eu
desaprendeu
A ser eu sem
você
Não há um bom dia
Sem meu bom dia
preferido
Não sei trilhar
Sem pensar na próxima
trilha
Há um eu em mim que
se sabe por inteiro
Mas esse eu
simplesmente não quer
Existir sem o
teu.
Volta pra casa que
teu canto está vazio
Que eu quero voltar
pro meu abraço casa
O lar que conheço e
que simplesmente me faz
Sinto falta de ti,
meu cheirinho de paz
terça-feira, 12 de janeiro de 2021
ILUSÃO É PENSAR SEM CRIAR
No final de 2020 peguei COVID. Sei exatamente o dia que peguei, porque foi justamente na minha primeira aglomeração. Dia 02/11/2020. Fui fotografar. Precisava complementar minha renda porque sofri reduções salariais bruscas ao longo do ano da pandemia. Entretanto, independente do quanto meu salário tenha sido reduzido, eu nunca parei de produzir. Dava aula para 4 turmas por dia, de segunda a quinta. Gravava 16 vídeo aulas por semana, de turmas entre o segundo e o quinto ano. Essas eram as minhas principais funções. Dentre outras milhares de coisas que fazia. Na mesma semana que comecei os sintomas do COVID precisei faltar duas aulas, porque estava realmente me sentindo mal e também mandei um e-mail pedindo minha redução de função e de carga horária, tendo em vista que precisava, de fato, fazer outra coisa para que a grana entrasse e eu pudesse me sustentar novamente. Três dias depois, recebi um email suspendendo meu contrato de trabalho por ter causado prejuízos para a instituição devido as duas faltas da semana anterior.
EU ESTAVA COM COVID!
E foi assim mesmo! Por email. Distante. Seco. Frio. Feio.
Confesso que não me espantou porque, nos 3 longos anos que trabalhei lá, vi isso acontecer com outras pessoas. Digo longos porque, por nunca ter sido uma funcionária regular, eu vivia cada um dos minutos que ali estava. Chegava mais cedo que todos, saía mais tarde. Sempre. Dava aula no turno da manhã, gerenciava o que precisava gerenciar à tarde. Nunca hesitei em pegar meu carro e viajar de bate e volta para região dos lagos para fazer reuniões, resolver problemas que, de fato, não eram meus. Fiz muito mais do que recebia para fazer e sempre fiz com gosto, porque meu trabalho nunca foi somente trabalho. Eu simplesmente amava o que fazia. Chegar na escola as 7 da manhã e ser recepcionada com aquelas carinhas pequenas e inchadas era o máximo! Meu combustível. Depois, mesmo exausta, mesmo sentindo dores que ninguém poderia dimensionar (porque não sou muito de falar do que sinto), eu voltava pro escritório e fazia tudo de novo, sempre pensando em apresentar melhores resultados. Sempre pensando em levar para os meus alunos e os alunos de tantas outras escolas o melhor que poderíamos dar. Lutei por uma causa que não era tão minha quanto achei que fosse. E fui descartada, como se nunca tivesse por ali passado.
Até agora não me encontrei em mim
mesma. Não sei o que vai ser de mim quando anunciarem o retorno das aulas.
Porque não era qualquer escola, era aquela escola. Não eram quaisquer alunos,
eram aqueles alunos. Porque eu sou assim. Sou por inteiro onde quer que eu
pise.
Estou recomeçando. Hoje numa
carreira diferente. Aos 38 anos me pego na cadeira de aluna, aprendendo como
fazer, como melhorar, como crescer. O tempo é cruel muitas vezes, mas dessa vez
ele está sendo meu aliado. Porque, por mais que eu tenha passado por tudo que
passei (e ainda estou passando), não me falta absolutamente nada. Não me falta
um teto, comida, afeto, amor. Não me falta apoio daqueles que estão comigo pro
que der e vier. Não me falta uma família que me auxilia, seja me ajudando a
pagar as contas, seja me ouvindo lamentar, seja me incentivando porque estou
emagrecendo e cuidando mais da minha saúde.
Esse desabafo não é um gesto de
autopiedade, tampouco um desabafo de autolamentação. Na verdade é o oposto
disso. É um desabafo de gratidão.
Gratidão ao Poder Superior por me
mostrar, sempre, quem é quem. Por me manter intacta contra esse tipo de maldade,
contra essa falta de humanidade. É de gratidão por ter na minha vida pessoas que me
procuram só para saber como estou, se está pintando algum job, se está faltando
alguma coisa. Por ter na minha vida seres humanos que são, muito mais do que
precisam aparentar ser.
Não adianta ter um postura de compaixão
com o próximo se não cuidar daqueles que estão ao seu lado. Cuide dos teus!
Sempre!
Não to curada ainda. A dor de vez
em quando me pega firme e me deixa pequenininha, querendo colo. Há dias que
quero gritar, outros me enfio numa concha e só consigo pensar. Mudar de rumo requer
uma bússola bem alinhada e a minha ainda não está.
E apesar disto, sou grata!
domingo, 3 de janeiro de 2021
PESADELO
Acordei e não consigo mais
dormir. Deitei cedo, comecei hoje a ler um livro muito interessante indicado
por uma pessoa muito interessante. Leitura sempre me faz dormir, então, ao terminar
de ler o tanto que eu tinha determinado para esta noite, dormi. Acho que ainda nem
era meia noite, o que tem se tornado uma novidade na minha vida desde os
últimos acontecimentos profissionais. Acordei assustada com dois pesadelos interligados
e totalmente diferentes. Em um deles eu estava vendo um arrastão acontecendo no
condomínio que fui criada. Eu estava vendo pela janela os bandidos armados de
fuzis assaltando pessoas que conheço, roubando seus pertences a matando
desnecessariamente. Em algum momento do pesadelo eu estava em um taxi fugindo
deste mesmo assalto/arrastão/chacina. Quando tudo se acalmou, voltei para o
apartamento onde minha mãe mora – apartamento este que passei a maior parte da
minha vida – e ela estava aflita porque ela havia deixado meus cachorros com uma
grande amiga minha. Cachorros estes que foram embora da minha vida no ano
passado devido a diversos problemas. No entanto, não pretendo revisitar este
passado neste post.
Eu falava pra minha mãe – que tinha
se safado do assalto/arrastão/chacina – que eu falaria com a minha amiga. De
repente, como acontece nos sonhos, eu estava em um lugar que parecia um
santuário de animais selvagens e estes cachorros estavam lá. Somente eles. E
dois deles que brigavam muito e que foram o motivo de eu ter que, infelizmente,
tirá-los da minha vida, estavam juntos, unidos e brincando. Eu falava com a minha
amiga que aquilo seria potencialmente perigoso, tendo em vista que a relação
deles sempre foi muito explosiva e as brigas muito feias. Separamos. Um dentro
de uma grande jaula – grande mesmo – e o outro solto. Subitamente percebo que
um deles estava tentando pular a jaula, que tinha uma grade verdadeiramente
alta. Quando ele conseguiu, percebi que não era o cachorro – que tinha uma
coloração amarelada. Era um leão. E este leão atacou prontamente o cachorrinho
(que costumava ser bem manso quando não estava na presença deste com tom amarelado).
Eu nada pude fazer. Virei de costas para não vê-lo sendo devorado, sentindo
todos os músculos do meu corpo se tremerem como um papel em frente ao
ventilador.
Acordei. Apavorada, tremendo e
suando muito.
Sonhos representam bastante como
estamos nos sentindo. E me sinto trêmula. Trêmula de medo de tudo que está por
vir na minha vida justamente por estar, nesse momento, experimentando sensações
bem novas.
Levantei, tomei um banho quente estilo
escalda couro, comi uma tapioca com queijo coalho, requeijão zero e alho poró –
amo, inclusive – e um copo de coca zero bem gelado. Já perdi 23 quilos dos 40
que ganhei, não posso vacilar. Estava com fome e não queria pegar meu carro e
ir ao McDonald’s, como minha outra eu, 23 quilos mais gorda faria.
Voltei pra cama. Rolei, rolei e
nada. Não consigo voltar a dormir porque estou com a sensação ruim que um
pesadelo causa. To impressionada e com medo ainda. Por isso decidi escrever.
Eu sei que tudo na vida passa.
Claro que passa. A dor diminui, os apegos mudam de direção, as verdades de hoje
não são as mesmas de amanhã. Ou talvez sejam. Mas o fato é que sentir é o que
me causa mais medo no momento. Sabe aquele almejo infantil de apertar um botão
e eliminar tudo que você está sentindo?
Assim como meu processo de emagrecimento
tem sido lento, calculado e constante, entrei em um modo de emagrecimento
emocional. A auto sabotagem de antes hoje não me tomou. Só por hoje.
Por mais que a ferida esteja
coçando, não vou retirar essa casquinha.
Vai cicatrizar.
sábado, 24 de outubro de 2020
AMOR DE CINEMA
Todo mundo sonha em viver uma grande história de amor. Daquelas dignas de filmes de Hollywood, onde, no fim da trama, o mocinho percebe que cometeu um terrível engano e se descobre completamente apaixonado pela mocinha. Então, a fim de impedir que ela embarque naquele avião, ele pega um táxi e se depara com a Oakland-Bay toda engarrafada. Preocupado em não chegar a tempo ao aeroporto, ele sai correndo e a vê de relance, pela janela de um táxi, que estava um pouco mais a frente. Ele abre a porta do carro e pede que ela não vá para Boston porque ele a ama. E faz o pedido de casamento em cima dos carros. Todos buzinam e aplaudem.
Créditos.
Não desacredito que essas
histórias existam. Mas fomos programados para acreditar que elas são tão
corriqueiras que, certamente, em algum momento, acontecerá conosco. A
frustrante realidade vem como uma tijolada pra nos mostrar que, por mais que
acreditemos, não vai. Mesmo quando duas pessoas se conhecem ao acaso (vamos
chamar de acaso o que acredito que seja destino – olha a crença do romantismo
enraizada no discurso). A conexão é imediata porque elas duas viveram situações
muito parecidas. Incontáveis coincidências que as levam a pensar que foram
feitas em par. Tudo rola numa fluidez incrível. Tão leve que se torna perfeito!
O elo entre as duas faz com elas entrem em outra dimensão quando veem o mundo
uma pelo olhar da outra. As portas estavam abertas, iluminando todo o cômodo.
Uma porta se fecha. A outra permanece escancarada.
Não conseguem se afastar por
completo. E tudo aquilo parecia estar destinado para ser um grande amor – digno
dos filmes de Hollywood – se torna um castelo pintado de azul e amarelo com
cheiro de paz e foto do pôr-do-sol em frente ao mar. Um castelo chamado
amizade.
Todos os indícios apontam que
aquela amizade é apenas subterfúgio, um atalho driblar o medo de uma nova
entrega, para aprender a lidar com os sentimentos que fogem ao alcance da
compreensão. A vida as marcou com ferro em brasa, as feriu e essas feridas
ainda estão abertas. Em uma delas já mais cicatrizadas, na outra, ainda em
carne viva. Uma é o Sol. A outra, a Lua.
Uma paralisa com a certeza de que
essa era a sua grande história de amor. Foi ela que não conseguiu fechar a
porta. A tal história de amor vivia dentro da sua imaginação. E por essa
certeza, aguardava detidamente esse despertar. Ela era a moça indo pro
aeroporto.
A frustração da vida que a
Oakland-Bay não estava engarrafada. Não tinha taxi. Não tinha Boston, nem
pedido de casamento ao som de gritos e buzinas. Esse amor de cinema criado
pelas suas crenças românticas enraizadas simplesmente não existia.
E a vida é assim.
Créditos.
TCHAU, RITA. BEM-VINDO, VENVANSE.
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