sábado, 20 de junho de 2009

La mia cantante...

Pelo telefone era fácil. Era como se eu pudesse me resguardar de todo o perigo que eu correria ao encontrar-me pessoalmente com ela. Trocamos algumas provocações, algumas declarações, algumas confissões. Estávamos nos conhecendo e nos encantando com as semelhanças. Era irreal, mas até o nosso aniversário era no mesmo dia.
Então resolvemos marcar de finalmente nos encontrar. Eu estava impressionantemente nervosa. Estava evitando colocar-me em risco havia algum tempo. Essa era mais uma das decisões que eu tinha tomado como resoluções para o ano novo.
Tomei a barca e rumei para o ponto de encontro. Coração na mão. Eu não entendia o porquê desse nervosismo. A conhecia apenas há uma semana, a situação era completamente contraria a qualquer romance. Mas eu ia. Caminhava esperando encontrá-la como havia desejado a semana toda desde aquele recado que recebi com o número do seu telefone.
Cheguei ao local onde combinamos. Ela estava lá. Só a visão já me agradou. Ela estava linda. Queimada de praia, de óculos escuros, cabelo milimetricamente penteado. Quando a vi meu coração saltou como se a conhecesse há anos e não a visse há tempos. Nos abraçamos. Pronto. Estava feito. Aquele cheiro me tomou de dentro para fora. Me perturbou o juízo, me alucinou. Me tirou do meu prumo e da minha realidade. Me acalmou e me acelerou. Não queria largar o abraço, mas seria impossível tendo em vista que nos encontramos no meio de uma praça pública do Rio de Janeiro, com centenas de pessoas ao redor.
Nos dirigimos ao ponto de ônibus pois iríamos para a casa dela. Eu não sabia sinceramente o que estava fazendo indo para a casa de uma estranha. A única coisa que sabia era que não queria ficar mais um minuto sem aquele cheiro.
Chegamos a sua casa. Ela se desculpou pela bagunça, mas não podia saber que meu olhar estava perdido em seu corpo, seus lábios, seu jeito. Na primeira oportunidade que tive tratei de me aproximar o suficiente para que ela entendesse que naquele momento tudo que eu desejava era seu beijo. E ela entendeu. Nos beijamos. E lá estava eu novamente próxima ao seu cheiro. E impressionantemente seu beijo era o complemento para seu cheiro. Dormimos agarradas. Claro. Eu não podia ficar longe daquele perfume. Era a sua pele. Era seu toque. Era como uma manhã de domingo ensolarado. E frio. Era a minha paz.
O despertador tocou me arracando de meu sono. Estava tarde, 7:30 da manhã. Hora de ir trabalhar. Olhei para um lado, para o outro e entendi o que estava acontecendo. O cheiro, o beijo, o toque. Me desesperei, mas entendi que tudo não passara de um sonho. Um lindo sonho de felicidade. E naquele sonho eu vivi intensamente tudo que o amor pôde me proporcionar. Vivi intensamente um amor de verdade...

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A SAGA DA FAXINA

Sete horas da manhã. Acordei, olhei para a casa e pensei: Hoje é um belo dia para se fazer uma faxina. Foi uma vontade totalmente espontânea...